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Leia mais sobre cada uma das 5 Curas que compõem a Teia: práticas ancestrais e tradicionais para cura do pensamento, sentimentos, relações e mais, compartilhadas por povos Indígenas.

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Colabore como forma de agradecimento pelos saberes compartilhados pelos povos indígenas e demonstre nossa responsabilidade coletiva.

introdução

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A Teia das 5 Curas (T5C) é uma rede de pesquisa e educação que envolve educadores e guardiões de conhecimentos Indígenas do Brasil, do Canadá e do Peru, e o coletivo de arte e pesquisa Gestos Rumo a Futuros Decoloniais (GTDF). No Brasil, participaram ativamente da rede representantes dos povos Fulni-ô, Huni Kui, Pataxó, Pitaguary e Tremembé da Barra do Mundaú.

 

O intuito da rede é buscar formas de se preparar e mitigar os efeitos da queda da casa da modernidade, enquanto outras possibilidades de (co)existência são gestadas.

 

A casa da modernidade é uma metáfora utilizada para se referir a uma forma de viver e se relacionar. Essa forma foi criada e estimulada pelos brancos europeus responsáveis pela invasão dos territórios do continente conhecido como América,  habitado por povos Indígenas desde milhares de anos antes da chegada destes invasores, que se auto proclamaram "descobridores" (uma grande mentira usada para justificar suas barbaridades). 

 

Essa casa, construída a partir da falsa ideia de que o ser humano é superior e precisa estar separado de todos os outros seres que habitam o planeta, permitiu que a natureza fosse transformada apenas em recurso, a ser explorada como bens materiais, sem vida, para serem utilizados pelas poucas pessoas que controlam muitos recursos e capital. 

 

Enquanto o consumo para alimentar esses confortos só aumenta, aumentam também as violências contra o planeta e contra os guardiões das florestas, dos mares, dos rios e dos animais. Em todas as partes do mundo, vemos as condições de vida ficarem mais e mais difíceis. A Terra dá sinais claros de que está adoecendo. Os efeitos da casa construída pela modernidade estão impactando a todos, e em especial àqueles que menos contribuíram para chegarmos a este estado das coisas.

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Como desdobramento desse encontro, outros dois encontros/cerimônias foram realizados com toda a rede, em Outubro de 2019 e Março de 2020, além de diversos outros momentos de troca entre os pesquisadores da Teia, incluindo

participação de indígenas brasileiros em eventos na Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver, no Canadá, e o testemunho de festas/cerimônias como a festa do Murici e Batiputá, realizado pelo povo Tremembé da Barra do Mundaú na aldeia São José. Também foram realizados encontros online durante a pandemia de Covid, incluindo eventos e atividades relacionados ao Marco Temporal, e a presença de uma robusta delegação da Teia no acampamento/ protesto realizado em Brasília, entre 22 e 28 de Agosto de 2021, intitulado "Luta pela Vida".

 

Além destes, essa pesquisa é fruto dos saberes ancestrais, da encantaria e dos troncos velhos, e da forma como seus ensinamentos resistem e são transmitidos através da relação com a Terra e os alimentos, dos cantos, rezos e cerimônias, das raízeiras e suas garrafadas, e da escuta dos saberes transmitidos pelas entidades não humanas como as plantas, os rios, as dunas, as florestas, os animais e os encantados.

 

Essa pesquisa também é produto das formas hegemônicas de saber validadas pelas instituições da modernidade/colonialidade, como a universidade, e teria formas e direções muito distintas caso esse trabalho pudesse se manter apenas nas formas e sensibilidades que construíram o cerne do "trabalho de campo": os rituais, cantos, medicinas e o fortalecimento das relações. Apesar disso, esse projeto teve como preocupação desafiar ideias limitadas do bem comum, repensar práticas tradicionais de produção e valorização de conhecimento, resistir a noções coloniais de progresso e desenvolvimento e cultivar respeito, reverência, responsabilidade e reciprocidade com os  saberes Indígenas, seus guardiões e a relação com o metabolismo e a biodiversidade do planeta.

 

Gostaríamos de frisar também que os processos vistos como de cura pelos povos participantes da T5C não são coisas a serem feitas uma vez, mas práticas contínuas de harmonização e equilíbrio com a Terra, os seres visíveis e os seres invisíveis (encantados). Assim, é importante não nos aproximarmos das curas como algo a ser consumido e esgotado, e lembrarmos que a forma como nos relacionamos com esses saberes também podem reproduzir padrões construídos a partir de hábitos nocivos da modernidade.

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